PROPAGAÇÃO DO
CACAUEIRO
Acima mudas propagadas
por estaquia em biofábrica. Uruçuca BA.
O
cacaueiro pode ser propagado tanto por via sexual quanto por via
vegetativa. Na propagação vegetativa, podem ser utilizados métodos
rotineiros como enxertia de brotos por garfagem, borbulhia ou estaquia.
Esse último método vem sendo utilizado no estado da Bahia para produção
de mudas em larga escala no modelo de Biofábrica.
Melhoramento Genético do
Cacaueiro
Introdução
O
melhoramento genético do cacaueiro historicamente começou em Trinidad.
Sendo considerado, como o bem mais sucedido do mundo. A base dos
trabalhos de melhoramento foram as expedições botânicas a região de
origem nos anos de 1933 e 1938. Nos materiais encontrados eram
selecionados aqueles que possuíssem: (i) amêndoas secas pesando
próximo de 1,07 gramas ou 93 amêndoas por 100 gramas e (ii)
conteúdo médio de gordura e casca respectivamente 55% e 11%.
Dentre as características de cultivar selecionado destacava-se ainda a
tolerância ou resistência a pragas de importância regional além de ampla
adaptabilidade local. Os trabalhos para controle da doença
vassoura-de-bruxa no Equador e em Trinidad na década de 40, tiveram como
partida o emprego do clone resistente SCA 6, em cruzamentos com
trinitários para incremento do tamanho das sementes.
ANTES DA CHEGADA DA VASSOURA-DE-BRUXA
Para se entender a essência dos trabalhos de melhoramento feitos pela
CEPLAC, faz-se necessário dividi-los em dois períodos que são; antes e
depois da chegada a Bahia do fungo Crinipellis perniciosa
causador da doença conhecida como vassoura-de-bruxa.
Até
a década de 70 os principais problemas agronômicos que estimularam a
pesquisa no Brasil, via melhoramento foram: (i)
auto-incompatibilidade; (ii) aspectos qualitativos
físico-químicos relacionados com a amêndoa do cacau; (iii)
tamanho dos frutos; (iv) uniformidade das árvores; (v)
produtividade e resistência a pragas e doenças.
Os
trabalhos desenvolvidos pela CEPLAC resultaram em diferentes produtos
híbridos. A estratégia era pautada em cruzamento entre indivíduos
selecionados que em campo apresentassem as seguintes características:
·
Precocidade
· Qualidades organolépticas (teor de gordura, cheiro, sabor)
· Peso da amêndoa seca acima de 1,2g
· Produção com 1 a 2 anos de antecedência
· Longevidade
· Variabilidade
· Vigor híbrido (heterose)
· Resistência às pragas e doenças
· Qualidades organolépticas (teor de gordura, cheiro, sabor)
· Peso da amêndoa seca acima de 1,2g
· Produção com 1 a 2 anos de antecedência
· Longevidade
· Variabilidade
· Vigor híbrido (heterose)
· Resistência às pragas e doenças
O
fato da cor das amêndoas do cacau catongo tornar-se pigmentada (tomar a
coloração violácea) quando seus óvulos são fecundados pelo pólen de
outras variedades, além da boa produtividade deste material fez com que
nos cruzamentos do passado, esta variedade fosse utilizada como
receptora de pólen, dando-lhe valor prático na hibridação.
A
iniciativa de recomendar mistura de híbridos e não híbridos isolados foi
tomada pela CEPLAC coma base no fato de que a heterogeneidade de uma
população ser benéfico para manter as lavouras com menor nível de
infecção de doenças fúngicas em especial a podridão parda
Phythophtora spp. Além de assegurar redução dos efeitos negativos da
incompatibilidade sobre a produção de frutos.
TRABALHOS DA DÉCADA DE 90 E DO INÍCIO DO SÉCULO XXI
Com
a introdução da VB na região sul da Bahia, os trabalhos de melhoramento
voltaram-se quase que exclusivamente para encontrar fontes de
resistência ao fungo, assim o produtor de cacau passou a ter três opções
quanto ao uso de material genético: A primeira foi o uso de variedades
clonais selecionadas pela CEPLAC, a segunda foi à utilização de
propágulos obtidos da variedade Theobahia ou sementes desses
materiais, e a terceira opção foi à seleção de cacaueiros resistentes na
própria fazenda ou em áreas vizinhas.
Muitos esforços têm sido envidados pelos governos Federal, através da
CEPLAC, e Estadual, através da Secretária Agricultura do estado da Bahia
e da Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, para controlar a
doença. Em um curto espaço de tempo, uma série de novas tecnologias e
processos foram lançados. Cita-se, por exemplo, (i) cultivares
clonais resistentes; (ii) tecnologias da enxertia; (iii)
enraizamento de estacas e; (iv) poda fitossanitária associadas
com fungicidas, inclusive biofungicidas. Essas tecnologias que permitem
conviver com a doença estão todas no campo e foram aprovadas pelos
agricultores.
A
variedade theobahia (variedade seminal de tolerância ao fungo) em
ensaios de avaliação mostrou-se bastante produtiva chegando a apresentar
produtividades de até 100@ ha-1. No entanto, essa variedade é
muito susceptível a doença conhecida como mal do facão causada pelo
fungo Cerotocistii fimbiata, que provoca obstrução de vasos,
secamento de folhas e morte das plantas fazendo com que o plantio não
mais fosse recomendado.
Os
primeiros trabalhos buscando plantas resistentes na região amazônica
foram realizados por Stell (1933) e Pound (1938) que resultaram na
seleção de duas plantas comprovadamente livres de infecção que foram
denominadas de SCA “Scavina” 6 e 12. Como já citado essas plantas foram
as bases genéticas do melhoramento realizado no Equador e Trinidad onde
a doença chegou na década de 30.
A
ocorrência de plantas tolerantes nas propriedades agrícolas resulta das
combinações híbridas distribuídas pela CEPLAC no passado que tiveram
participação da “família Scavina”. Assim, os produtores puderam
encontrar em suas propriedades, diferentes materiais com bom e às vezes
ótimos graus de tolerância que recebem o nome popular de clone VB.
A seleção das plantas para tolerância a VB é baseada em dois
pressupostos que são: produtividade e tolerância à doença e podem ser
resumidos nas tabelas 1 e 2.
.
Principais características de um clone VB selecionado na
propriedade.
1. Número de vassouras vegetativas à(máximo de 10 /ano)2. Número de vassouras de almofada à(de preferência ausente)
3. Observar o tamanho das vassouras vegetativas à (evitar as grandes)
4. O sabor adocicado da polpa, geralmente indica algum parentesco com o SCA
5. Na procura das novas plantas considerar:
· Procurar plantas de porte pequeno a médio, evitar as plantas grandes.
· Evitar plantas de copas excessivamente vigorosas
1. Número de vassouras vegetativas à(máximo de 10 /ano)2. Número de vassouras de almofada à(de preferência ausente)
3. Observar o tamanho das vassouras vegetativas à (evitar as grandes)
4. O sabor adocicado da polpa, geralmente indica algum parentesco com o SCA
5. Na procura das novas plantas considerar:
· Procurar plantas de porte pequeno a médio, evitar as plantas grandes.
· Evitar plantas de copas excessivamente vigorosas
.
Observações de campo para escolha de um Clone VB
1. Número de frutos por planta: de 50 a 80
2. Número de sementes por fruto: > 40 sementes
3. Peso de uma semente seca: 1,0 a 1,2 g
4. Tamanho do fruto: médio a grande
5. Espessura da casca: quanto mais fina melhor
6. Avaliação da incompatibilidade sexual (uso de polinização artificial).
1. Número de frutos por planta: de 50 a 80
2. Número de sementes por fruto: > 40 sementes
3. Peso de uma semente seca: 1,0 a 1,2 g
4. Tamanho do fruto: médio a grande
5. Espessura da casca: quanto mais fina melhor
6. Avaliação da incompatibilidade sexual (uso de polinização artificial).
Marcadores moleculares como ferramenta do programa de melhoramento foram
utilizados no Centro de Pesquisa do Cacau CEPEC, Unidade da CEPLAC. Os
marcadores moleculares poderão simplificar de maneira expressiva
diversos procedimentos envolvidos no desenvolvimento de novos
cultivares. Dentre os quais destacaram como vantagem (i) seleção
de plantas jovens; (ii) uso intensivo de casa de vegetação e
laboratório; (iii) não influência ambiental nos resultados.
As
técnicas moleculares como RAPD, RFLPs e AFLP, constituem, no momento, as
melhores opções para utilização em cacau. Até o momento as técnicas
moleculares permitiram identificar plantas descendentes de Scavina que
podem representar novas fontes de tolerância.
Fonte: CEPEC/CEPLAC
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