MIDIAS PARA EDUCADORES E FORMADORES

La vida que voa!!!

A ESCRITA DO SURDO

A conclusão que alguns autores tiram do uso da Comunicação Total é que essa concepção, através de seus procedimentos comunicativos, serviu mais aos pais e professores ouvintes do que aos alunos com surdez.

A partir da efetivação de discussões como as que apresentamos acerca das práticas até então utilizadas junto aos sujeitos com surdez, surge uma nova filosofia educacional que apreende a língua de sinais na sua forma genuína, é a chamada Bilingüismo, a qual tem sido difundiada e apreciada, sobretudo, a partir da década de 90.

Goldfeld (1997, p. 38) caracteriza o Bilingüismo da seguinte forma:

O Bilingüismo tem como pressuposto básico que o surdo deve ser Bilíngue, ou seja deve adquirir como língua materna a língua de sinais, que é considerada a língua natural dos surdos e, como Segunda língua , a língua oficial de seu país[...]os autores ligados ao Bilingïsmo percebem o surdo de forma bastante diferente dos autores oralistas e da Comunicação Total. Para os bilingüistas, o surdo não precisa almejar uma vida semelhante ao ouvinte, podendo assumir sua surdez.

O Bilingüismo assume que a língua é uma importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas de conhecimento, propiciando a comunicação do sujeito com surdez com os seus pares e com os outros sujeitos, dando suporte ao pensamento e estimulando o desenvolvimento cognitivo e social.

De acordo com Sacks (1998, p. 44):

A língua de sinais deve ser introduzida e adquirida o mais cedo possível, senão seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e prejudicado, com todos os problemas ligados à capacidade de “proposicionar” [...] no caso dos profundamente surdos, isso só pode ser feito por meio da língua de sinais. Portanto, a surdez deve ser diagnosticada o mais cedo possível. As crianças surdas precisam ser postas em contato primeiro com pessoas fluentes na língua de sinais, sejam seus pais, professores ou outros. Assim que a comunicação por sinais for aprendida, e ela pode ser fluente aos três anos de idade, tudo então pode decorrer: livre intercurso de pensamento, livre fluxo de informações, aprendizado da leitura e escrita e, talvez, da fala. Não há indícios de que o uso de uma língua de sinais iniba a aquisição da fala. De fato, provavelmente, ocorre o inverso.

Dessa forma percebemos que na instauração real do Bilingüismo, a língua de sinais é importante e imprescindível por possibilitar o domínio lingüístico e a capacidade de expressar-se de forma plena e segura; e a língua oral ou escrita em Português possibilitará a comunicação com o meio.

Segundo Goldfeld (1998), há duas formas distintas de definição da filosofia bilíngüe, quais sejam, a primeira acredita que a criança surda deve adquirir a língua de sinais e a modalidade oral da língua de seu país, sendo que posteriormente esta deverá ser alfabetizada na língua oficial de seu país. Por outro lado existem aqueles que acreditam que os sujeitos com surdez devam aprender a língua de sinais e a língua oficial de seu país apenas na modalidade escrita e não na oral.

De acordo com Bernardino (2000, p. 29):

a língua é considerada importante via de acesso para o desenvolvimento do surdo em todas as esferas do conhecimento, propiciando não apenas a comunicação do surdo com o ouvinte, mas também com o surdo, desempenhando também a função de suporte do pensamento e de estimulador do desenvolvimento cognitivo e social. O Bilingüismo considera que a língua oral não preenche todas essas funções, sendo imprescindível o aprendizado de uma língua visual-sinalizada desde tenra idade, possibilitando ao surdo o preenchimento das funções lingüísticas que a língua oral não preenche. Assim, as línguas de sinais são tanto o objetivo quanto o facilitador do aprendizado em geral, assim como do aprendizado da língua oral.

Tendo havido um reconhecimento geral da surdez e das filosofias educacionais utilizadas ao longo da história, assim como uma apreciação geral de determinados autores acerca de cada uma delas, podemos dizer que estamos passando por um período de transição entre as idéias oralistas e aquelas que têm se baseado na utilização da LIBRAS.

A abordagem metodológica utilizada neste trabalho é a pesquisa qualitativa, através da qual, segundo Bogdan e Biklen (1994, p.51):

Os investigadores qualitativos estabelecem estratégias e procedimentos que lhes permitem tomar em consideração as experiências do ponto de vista do informador. O processo de condução de investigação qualitativa reflete uma espécie de diálogo entre os investigadores e os respectivos sujeitos, dado estes não serem abordados por aqueles de uma forma neutra.

A modalidade de pesquisa a ser utilizada é a análise de textos produzidos pelos alunos com surdez, já alfabetizados, nos quais analisaremos os efeitos das teorias educacionais, que foram norteadoras do processo pedagógico utilizado com esses indivíduos, para sua linguagem escrita.

Os sujeitos da pesquisa se constituem em 3 alunos com surdez, já escolarizados e alfabetizados em um dos modelos das três teorias educacionais apresentadas, sendo F. de 18 anos (surdez profunda), B. de 15 anos (surdez profunda) e K. de 10 anos (surdez severa à profunda), oriundos de escolas diferentes, das redes municipal e estadual.

Os instrumentos de pesquisa são as próprias produções escritas dos alunos.

Utilizamos, também, a entrevista não-estruturada, para obtenção da história de vida escolar dos sujeitos da pesquisa. Na entrevista não-estruturada, de acordo com Lüdke e André (1986, p.33-4),

não há imposição de uma ordem rígida de questões, o entrevistado discorre sobre o tema proposto com base nas informações que ele detém e que no findo são a verdadeira razão da entrevista. Na medida em que houver um clima de estímulo e de aceitação mútua, as informações fluirão de maneira notável e autêntica.

Tais entrevistas nos possibilitaram confirmar em qual modelo os sujeitos da pesquisa tinham sido educados, uma vez que já os conhecendo em seu processo educacional, tínhamos uma hipótese sobre tal questão. Realizamos entrevistas com os próprios sujeitos e com os responsáveis dos alunos B. e K., por serem menores.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

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