Fogueira: Um dos ícones da Festa
Junina
O mês de Junho é caracterizado
por danças, comidas típicas, bandeirinhas, além das peculiaridades de cada
região. É a festa junina, que se inicia no dia 12 de Junho, véspera do dia de
Santo Antônio e encerra no dia 29, dia de São Pedro. O ponto mais elevado da
festa ocorre nos dias 23 e 24, o dia de São João. Durante os festejos acontecem
quadrilhas, forrós, leilões, bingos e casamentos caipiras.
A tradição de comemorar o dia de São João veio
de Portugal, onde as festas são conhecidas pelo nome de Santos Populares e
correspondem a diversos feriados municipais: Santo Antônio, em Lisboa; São
Pedro, no Seixal; São João, no Porto, em Braga e em Almada.
O nome “junina” é devido à sua procedência de
países europeus cristianizados. Os portugueses foram os responsáveis por
trazê-la ao Brasil, e logo foi inserida aos costumes das populações indígenas e
afro-brasileiras.
A festa de São João brasileira é típica da
Região Nordeste. Em Campina Grande, na Paraíba, a festa junina atrai milhares
de pessoas. A canjica e a pamonha são comidas tradicionais da festa na região,
devido à época ser propícia para a colheita do milho. O lugar onde ocorrem os
festejos juninos é chamado de arraial, onde há barracas ou um galpão adaptado para
a festa.
As festas de São João são ainda comemoradas em
alguns países europeus católicos, protestantes e ortodoxos. Em algumas festas
europeias de São João são realizadas a fogueira de São João e a celebração de
casamentos reais ou encenados, semelhantes ao casamento fictício, que é um
costume no baile da quadrilha nordestina.
Por Patrícia Lopes
Os elementos juninos trazem várias
curiosidades
Por serem de origem europeia, as
festas juninas apresentam vários elementos que não são da cultura brasileira,
mas que com o passar dos anos tornaram-se fundamentais.
Ao assistirmos uma dança de
quadrilha podemos perceber quantas palavras desconhecidas são ditas pelos
puxadores. Anarriê, ampassã, tour, dentre outras, que são de origem francesa,
parecida com as festas da aristocracia que abria os bailes mais requintados da
época.
Como eram festas realizadas pelas
cortes, as mulheres usavam seus vestidos mais bonitos e rodados, motivo pelo
qual se originou os vestidos das quadrilhas, feitos em tecidos de chita, bem
coloridos.
As culturas Greco-romanas e dos
celtas também deixaram suas marcas, pois praticavam cerimônias em volta de
fogueiras, a fim de agradecer aos deuses pelas boas colheitas.
A festa popular mais conhecida no
Brasil é o carnaval, porém as festas juninas não perdem seu lugar, estando
entre as principais festas do país.
O nordeste é a região que mais
valoriza as festas juninas, onde acontecem vários concursos para se eleger a
quadrilha mais alegre e bonita do Brasil. A cidade de Campina Grande, na Paraíba,
é onde acontece o maior festejo do país. Com uma área de quarenta e dois mil
metros quadrados, podemos encontrar o “Parque do Povo”, onde acontecem
exposições artesanais, a queima da fogueira gigante, a cidade cenográfica com
réplica de uma igreja, há um espaço para a apresentação das quadrilhas, a casa
do milho, a corrida de jegue, há também uma área especial para a imprensa.
Dentre os enfeites das festas
juninas, o mais comum são as bandeirolas. Esses apetrechos surgiram porque os
três santos homenageados na festa tinham suas imagens pregadas em bandeiras
coloridas e imersas em água, a famosa lavagem dos santos. Com isso, acredita-se
que a água fica purificada, fazendo a purificação das pessoas que se molham com
elas. Com o passar dos anos, essas bandeiras foram sendo substituídas pelas
bandeirinhas menores, que trazem a mesma simbologia de purificar o ambiente da
festa.
Além disso, temos Santo Antônio,
conhecido como santo casamenteiro. Os mais religiosos contam que as moças pedem
um noivo para o santo, mas este só arruma o pretendente quando é castigado pela
moça, sendo colocado de cabeça para baixo ou ficando com a cabeça mergulhada
numa bacia com água.
O casamento caipira surgiu como
chacota aos casamentos clássicos. A noiva aparece grávida e seu pai obriga o
moço a assumir a responsabilidade, fazendo-o casar com uma espingarda apontada
para a cabeça. Essa história é muito engraçada, pois o pai da noiva tem todo o
apoio do delegado da cidade, que é seu amigo. Durante a cerimônia o noivo, que
está bêbado, tenta fugir, mas sem sucesso. Após o enlace, os noivos puxam a
dança da quadrilha.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
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