PORTFÓLIOS COMO INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Por Leonir Pessate Alves
Esse instrumento é algo a mais do que uma recompilação de trabalhos ou materiais colocados numa pasta, ou os apontamentos e notas tomadas em sala e, a aula passada a limpo, ou coleção de lembretes colocados num álbum.
Ademais, não basta selecionar, ordenar evidências de aprendizagens e colocá-las num formato para serem apresentadas, mas a concepção de ensino e aprendizagem que veicula o que o particulariza é o processo constante de reflexão, a maneira como o estudante explica seu próprio processo de aprendizagem, como dialoga com os problemas e temas da série e os momentos-chave em que o estudante considera em que medida superou ou localizou um problema que dificulta ou permite continuar aprendendo.
No contrato pedagógico, realizado no início das aulas, alguns pontos devem ser firmadas para a constituição do portfólio, tais como:
- Registrar aspectos considerados pessoalmente relevantes;
- Identificar os processos e os produtos de atividades;
- Ilustrar modos de trabalho em aula, fora dela, na biblioteca, nos laboratórios, individual, em grupo;
- Anotar os principais conceitos dos temas estudados, interpretando-os;
- Incluir referências a experiências de aprendizagem diversificadas como investigações complementares ao conteúdo em pauta, projetos de pesquisa, utilização de materiais, de tecnologia e a participação em outras atividades educativas;
- Revelar o envolvimento na revisão, reflexão e na seleção dos trabalhos.
- Estabelecer um diálogo com o professor e vice-versa sobre avanços, dificuldades, angústias etc..
Neste contexto, podem ser incluídas atividades como: textos descritivos e narrativos, relatórios, testes, trabalhos extras classe, sínteses, esquemas, visitas de estudo, comentários , reflexões diversas que o estudante considerar importantes.
É imprescindível dizer, contudo, que a avaliação por este instrumento não é uma prática em si mesma, independente de conexões teóricas que a direcionem. Quando se discute modelos de avaliação, é preciso identificar os enquadres teóricos responsáveis, em última instância, pela definição do que deve ser avaliado, como deve ser avaliado e que uso deve ser feito dos resultados obtidos pela avaliação. Autores como Crites (1974) e Savickas (2000), por exemplo, assinalam que os profissionais da educação têm se preocupado em focalizar tanto o conteúdo das escolhas relacionadas quanto ao modo como são realizadas essas escolhas.
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